Mason's Loft

Assenti, deixando que ele me levasse para a sua casa. - Wow, acho que nunca tinha vindo aqui - olhei em volta, reparando na diferença entre os nossos apartamentos. O seu era aberto e em tons de preto e branco, um pouco industrial - Onde é que eu posso deixar as minhas coisas ? - perguntei

Seguimos até minha casa que ficava do outro lado da cidade, numa zona menos residencia e mais central. Tinha vista para a St. Paul's Cathedral. - Ainda não? - Deduzia que não. Tinha-me mudado para aqui pouco depois de ela viver com o americano. Não era estranho que eu vivesse aqui há um ano e ela nunca tivesse vindo a minha casa? - Ali, no quarto - Apontei para uma divisória de metal preto. - Eu faço-te uma tour rápida - POrque afinal de contas era um loft e a única divisão separada era a casa de banho.

Abanei a cabeça negativamente e pousei a mala em cima da cama - Provavelmente mudaste-te para cá quando não falavamos um com o outro - abracei o corpo e segui-o para ele me mostrar o apartamento - Quem é que o decorou ? - perguntei. Estava bem decorado mas parecia faltar algo dele, lá está, a comparar com o meu que tinha sido escolhido por mim e Heath, tinha vida e cor já o seu parecia saido de uma revista de tão perfeito que era

- É, foi por essa altura - Senti-me tentado a corrigir que era ela que não falava comigo porque estava muito ocupada com o outro, mas já não valia a pena desenterrar isto. - Já deves ter adivinhado que isto é obra dos meus pais. Foi um presente de aniversário à moda dos Dash. A minha mãe contratou alguém para decorar, provavelmente umas das amigas. Era move in ready quando vim para cá - Se era extravagante? Muito. Mas assim era a minha familia. O dinheiro substituia outras coisas. E apostava também que o meu pai se safara a uns quantos impostos extra ao deduzi a despesa do apartamento - A parte boa é que está em meu nome. Se me fartar dele, vendo -Porque não era uma prenda com sentimento. 

- Não é um apartamento feio mas falta-lhe alguma coisa. Faltas tu - disse-lhe, acabando por me sentar na cama - Eu calculei que fosse uma prenda deles e não o tivesses decorado porque faltas tu - encolhi os ombros e acabei por me deitar - Ficas comigo ? - pedi

- Entre o tempo que passo no hospital e o tempo que passo em tua casa, este apartamento mal é usado - Era a minha atual realidade. Não sentia falta de um sitio só meu, ou pelo menos personalizado para mim. Se bem que agora vi-a neste espaço e tinha alguma vergonha de a deixar num sitio tão clinico e frio, tão vazio - Fico - acedi e juntei-me a ela.

- Desculpa, nunca quis ocupar tanto do teu tempo - desculpei-me e aconcheguei-me ao seu peito, fechando os olhos - Sei que neste momento não te consigo dar mais do que a minha amizade e não é justo pedir-te isto mas dá-me tempo, eu só preciso de tempo

- Não precisas de pedir desculpa, Mer, já te disse. Eu faço-o porque quero - repeti. - Também não estou a pedir nada de ti sem ser que te sintas melhor. Eu vou estar aqui a cada passo do caminho - prometi. Não queria acalentar esperanças, mas a verdade é que as tinhas. O meu coração palpitava rápido quando estava com ela. 

- Eu sei que me dizes isso mas não consigo deixar de pedir desculpa e pedir que esperes porque não é justo que te esteja a ocupar a vida toda, os teus dias e as tuas noites - expliquei, suspirando. Eu sabia dos seus sentimentos e apesar de ser injusto, eu queria-o comigo. Ele agora era tudo o que eu tinha

Como é que era possível que ela dizia aquelas coisas e era quem me sentia egoísta? Egoísta por a querer só para mim, por a querer escudar do resto do mundo e protegê-la de mais tragédias, egoísta por ter esperança de levar a nossa relação para outro rumo... - Sou eu que estou a fazer esta escolha, Mer, não és tu que me estás a pedir. - Nunca lhe atiraria à cara istp - Confia em mim. Deixa-me ser o teu apoio.

Abracei-a de volta, regozijando a sensação de a ter nos meus braços,  de a ter comigo. O meu coração podia bater mais rápido quando ela dizia que me amava, mas não tanto como eu te amo a ti, pensei. Era a verdade, ela era a única mulher que amava e provavelmente que alguma vez amaria. - Eu sei. E tu sabes que te amo a ti e daria tudo para te fazer feliz.

Assenti e acabei por ficar em silencio a pensar nas voltas que a minha vida tinha dado em apenas uns meses. Tinha tido os melhores e piores momentos da minha vida.

Acabei por adormecer nos braços de Mason, acordando sozinha na cama com um pesadelo. Olhei em volta a procura dele mas ele provavelmente tinha ido para o hospital, onde eu também devia estar. Levantei-me da cama e mudei de roupa, depois de tomar banho e sai de casa.

Apesar de estar exausto, tive que a deixar sozinha no meu loft para recomeçar um dos meus turnos no hospital, o qual conseguira encurtar de modo a regressar para casa mais cedo. Só que quando cheguei Mer não estava o que me deixou logo num franesim nervoso e de pânico. Liguei logo para o seu telemovel mas não me entendeu. Fiz uma lista de mental de sitios onde a poderia encontra,r

Não tinha pensado muito no que ia fazer mas, num momento impulsivo, fui até a loja de tatuagens que havia perto do apartamento de Mason. Fiquei ainda algum tempo parada a porta da tattoo shop até que, provavelmente o tatuador, decidiu sair e perguntar se estava tudo bem. Assenti e segui-o até dentro da loja e acabei por fazer a minha primeira tatuagem.

Passado algumas horas e depois de vir com recomendações como melhor tratar da tatuagem, fui até um bar para esquecer em tudo o que tinha pensado durante a tatuagem. Todas as memórias que tinha tentado afundar nos últimos tempos tinham ressurgido ao explicar o que queria para a tatuagem e porque. Já alguns cocktails depois, senti uns braços a agarrar-me o que me fez entrar em pânico até perceber que era Mason - Mase - virei-me para ele e abracei-o - Fiz uma tatuagem - disse embriagada - Ele ligou-te, não foi ? - perguntei, apontando para o bartender - E tu vieste. Tu vens sempre

Depois de várias chamadas e ter dados voltas desenfradas pelo nosso bairro e por locais onde achava que ela poderia ter ido - ao hospital e ao cemitério e à sua casa - recebi uma chamada vinda de um bar qualquer a informar-me que era o contacto de emergência de uma rapariga que já não estava nada em condições. Não era nada, nada, nada de Mer embebedar-se por isso fiquei confuso mas o alivio espalhou-se quando ao menos fiquei a saber do seu paradeiro e de que estava bem, dentro do normal. Apressei-me a regressar ao meu bairro e a encontrar o bar, vendo logo à distância que ela não estava em condições, o que se confirmava pelo cheiro do seu hálito quando me abraçou - O que estás tu a fazer... Hora de ir embora, Mer. COnsegues agarrar-te a mim? - Se não teria que a carregar sozinho. 

- Eu vim celebrar a minha nova tatuagem - tentei levantar o pé mas rapidamente perdi o equilibrio e voltei a sentar-me. - Eu consigo - levantei-me e estiquei os braços para ele - Mace. Mace. Mace - olhei para ele - Não queres uma bebida ? Bartender, é uma bebida aqui para o meu homem

Por muito embriagada que ela estivesse não duvidada de que estivesse a falar a sério quando dizia que tinha feito uma tatuagem. Já eram duas coisas irresponsáveis que ela tinha feito - Mer, chega de copos - Lancei um olhar cortando ao bartender. Coloquei o meu braço - Por favor, vamos para minha casa.

- Porque ? Eu já não preciso de ver o que bebo - encolhi os ombros - Vamos para tua casa para eu poder mostrar-te a minha tatuagem - gargalhei, agarrando-me a ele e deixando que me levasse de volta para o seu loft

- Eu não tenho fome - disse, pondo uma bolacha na boca e levantei-me para me despir. Despi as calças de ganga, ficando apenas com a lingerie e voltei a sentar-me, esticando a perna para ele. Tinha feito duas estrelas no tornozelo, uma maior que a outra para representar Heath e Haven - Gostas ?

- Tens que beber água e comer qualquer coisa se quiseres evitar uma ressaca dos diabos -  tentei infundir-lhe algum juízo. Ao menos ela comera uma bolacha. Do nado já se estava a despir e por momentos recei do lugar onde fizera a tatuagem mas depois vi o resultado e analisei a zona do tornezelo marcada a titna preta e com alguma vermilhão em redor - está boa... - e estava - espero que tenhas feito isto num sitio higiénico -

Encolhi os ombros - Não sei, foi algures aqui perto, era numa loja, por isso - inclinei-me para ele que tão cuidadosamente via o meu tornozelo - Se eu tivesse esperado que chegasses a casa, ias comigo fazer ? - perguntei, tirando a perna das suas maos e levantei-me, sentando-me em cima dele, uma perna de cada lado do seu colo

Ponderei na sua pergunta. Provavelmente teria-a tentado demover da ideia (e possivelmente falhado) por isso teria ido de qualquer das maneiras - Sim, teria ido contigo - Quando muito para comprovar que se fazia tudo bem.

E então ela sentou-se... no meu colo, em cima de mim. O que raios era aquilo e porquê que eu deixara de respirar assim de repente. Tentei não olhar mas tinha o decote da sua camisola mesmo na linha dos meus olhos. Estava sem palavras.