Mason's Loft

Eu ouvira o que ele dissera mas ja estava mais adormecida que acordada e nao lhe respondi mas nao lhe podia garantir que nao ia desaparecer ate porque a minha intenção nao tinha sido essa. O tempo simplesmente tinha passado e eu nao lhe tinha dito nada. Quando acordei de manha, a minha cabeça doia e o meu estomago estava revolto. Ainda meia a dormir, sentia um braço a minha volta e nao pude deixar de sorrir - Bom dia - virei-me para ele e quando vi Mason, a ilusao que era Heath estilhaçou-se e o meu coração doia. O que tinha eu feito ?

Deixei que ele me beijasse e depois levantei-me - a minha cabeça esta a matar-me - disse, procurando pela sua casa de banho. Sentia-me agoniada e a sensação lembrava-me a gravidez. Isto era karma por ter traido Heath

Sentei-me na cama virado de frente para a porta da casa de banho enquanto a esperava por ela - Tenho aqui medicação que pode ajudar com a ressaca - ofereci e aguardarei mais um pouco até ela por fim sair. Levantei-me num ápice e inclinei-me para lhe dar um beijinho na cara enquanto passava o copo e os comprimidos.

- obrigada - agradeci e encostei-me a ele - eu estou bem, so nao estou habituada a beber tanto nem de estômago vazio - depois de ter tomado os comprimidos voltei a deitar-me na cama. Nao estava habituada a beber de todo, ontem tinha sido uma exceção se bem que nao me lembrava de tudo e o que lembrava era confuso - fiz muitas figuras ? - perguntei 

- Lição aprendida para a próxima - tentei ver algum positivo daquilo tudo, embora me ocorressem outros tantos como o facto de a ter deixado desinibida ao ponto de deixar o desejo entre nós florescer como devia ter acontecido há anos. Depois de ela se deitar, deixei uma garrafa de água junto à mesa de cabeceira perto dela e aconcheguei-lhe a colcha - As suficientes para eu agora me conseguir rir do sucedido -  contei o que me lembrava do bar - mas tu lembras-te de.. - apontei para ela e depois para mim, repetidas vezes.

Escondi a cara na almofada. Nao me lembrava da conversa especifica e ainda bem porque era vergonhosa - tenho de ir la pedir desculpa ao bartender - suspirei. Apesar do peso de culpa que sentia por dentro, nao ia deixar que isso estragasse o momento - anda ca Mace - virei-me para ele e abracei os seus ombros - es impossível de esquecer e mesmo que nao me lembrasse, acordarmos os dois nus na cama, iria esclarecer o que tinha acontecido - para o convencer, aproximei-me lentamente da sua boca - eu vou-te beijar agora, sobria - avisei-o para o caso dele querer recuar

- Acho que o bartender já deve ter visto pior - ri-me, lembrando-me da expressão do mesmo. A minha respiração estava suspensa e só me dera conta disso porque quando ela enrolou os seus braços em mim, me senti a respirar novamente - por favor, sim - não tinha sido uma sonho, uma ilusão. Ela aceitava o que se tinha passado entre nós. Recebi os seus lábios nos meus com toda a ternunra que tinha em mim. Finalmente ela deixar-me-ia que a amasse.

Beijei-o, sentindo-me ainda pior ao ver a delicadeza com que ele me tratava - acabaram as duvidas ? - perguntei, junto a sua boca - eu disse-te que ia tentar, só preciso de tempo e alguma coragem para iniciar

Queria dizer-lhe que as dúvidas não eram sobre mim, mas sempre tinham sido sobre ela, mas já não valia a pena falar nisso - Dúvidas acabadas - respondi com um sorriso, olhando-a ternamente. - Sem pressão. Sabes que estou aqui, seja de que maneira fores - Mas eu esperava mesmo que se mantivesse desta maneira.

- Eu sei mas eu estou quebrada e nunca mais serei a Mer que tu gostavas - essa Mer tinha morrido juntamente com os amores da sua vida - E se eu te magoar ? E se a unica coisa para o qual sou boa é destruir a vida dos outros ? E se te perder a ti tambem ? E se tu tambem morreres - sentia-me a entrar numa espiral de panico - eu nao aguentaria

Quebrava-me um pedacinho ouvi-la dizer aquelas coisas - Mer, sejas como fores, eu vou sempre gostar de ti, eu vou sempre... amar-te - Não me importava se ela passava uma fase feliz ou uma fase negra, o que me importava era estar do seu lado - As perfeições e as imperfeições -  rematei. - Não penses nessas coisas, por favor. Tu és a pessoa mais gentil e boa que conheço. Não tens culpa do azar que te tem assaltado. Nada me vai acontecer. Vou estar contigo sempre e vou-te ajudar a sarar, aos poucos, até doer um pouco menos.

- Eu só não posso perder-te, nunca - abracei-o, enterrando a cara no seu pescoço - Eu não sei o que faria se te perdesse também - disse entre soluços. Ouvi-lo a dizer aquilo, deixava-me com esperança que um dia este panico de perder tudo o que tinha, amanasse - Nunca me deixes - pedi egoisticamente

- Nunca te deixarei -  prometi, abraçando-a apertadamente para lhe tentar dar alguma sensação de segurança. Não sabia ou não se conseguia o efeito pretendido. - E também nunca te quero perder. A minha vida sem ti não faz sentido. É assim desde o minuto em que nos tornámos amigos há tantos anos atrás -  sorri levemente. Tudo o que sempre quisera fora que ela me desse uma chance. 

Apertei-o contra mim até que os meus tremores acalmassem - Nunca me vais perder, independentemente do que acontecer daqui para a frente connosco e a nossa relação, vais ser sempre o meu melhor amigo e vais sempre ser aquela pessoa que eu preciso - soltei o meu aperto sufocante - Eu prometo - murmurei, beijando-o para tentar esquecer o panico. Eu podia ama-lo, eu já o amava e os sentimentos mudam e podem crescer, eu só tinha de lhe dar uma oportunidade

Ela não fazia ideia o quanto aquelas palavras significavam para mim ou como tinha esperado uma vida inteira (ou assim parecia) por este momento. Beijei-a de volta - Ainda bem que estamos na mesma página - disse com um sorriso embevecido. Nem podia acreditar que isto estava a acontecer. - Sentes que queres descansar um pouco para curar a ressaca ou queres fazer qualquer coisa?

- Quero ainda algum tempo para descansar - pedi e acabei por solta-lo para me deitar - podemos ficar por aqui e descansar ? - perguntei enquanto o olhava. Já estava deitada e queria que ele ficasse marcado pelo bom humor mas estava exausta - A nao ser que tenhas de trabalhar.. ai podemos.. nao sei.. fazer o melhor mim ti

Baixei o olhar, focando-me no seu peito - Eu não sei se consigo voltar ao hospital.. depois de.. - Haven e Heath, pensei - Como é que volto a trabalhar no sitio onde me deu tanto mas me tirou demais ? - suspirei - eu nao sei o que fazer, se calhar nao nasci para ser enfermeira - encolhi os ombros

- E ia para onde ? - perguntei - Não, não podia fazer isso. Aquele é o melhor hospital e tu sabes disso - suspirei. Sabia daquilo tudo e sabia que o trabalho que tinha feito até ter deixado de conseguir trabalhar, me deixava com capacidades de passar com a nota minima e isso nunca tinha sido o objetivo. Com nota minima nunca iria conseguir trabalho em lado nenhum decente e seriam anos de vida desperdiçados - Eu só preciso de mais algum tempo para conseguir voltar mas tenho de pedir para não ser enviada para o NICU