Quarto de Hope

Pelo caminho decorei cada detalhe do que via. Tinha de estar atento. Era o meu trabalho. Uma vez dentro do quarto de Hope tentei parecer descontraído. Sorri divertido ao ver a desarrumação. - Okay - Sentei-me na sua cama e liguei a câmara, clicando no botão que dava acesso às suas fotografias. Ainda tive que recuar um bocado até encontrar as que ela tirara de mim.

- Não olhes - pedi enquanto me aproximava do armário e tirava de lá uma sweatshirt e uns calçoes de flanela juntamente com umas meias subidas. despi a farda e vesti.me rapidamente, prendendo o cabelo bem alto. Não era uma roupa propriamente sexy mas esta era eu, alguém que gostava de roupa confortável

Eu era um homem respeitador por isso não olhei mesmo. Não vi nada que não fosse suposto ver. Ela parecia outra rapariga com aquela roupa. Bastante diferente das outras de Cambridge, isso era certo. - Mas a farda ficava-te tão bem - Gozei.

- Claro que ficava - dei.lhe com o meu ombro enquanto me sentava ao seu lado, nem se mexeu - Então já achaste as tuas fotos ? - perguntei enquanto olhava para a câmara. Ele tinha ficado mesmo bem. Acho que se fosse um modelo a posar não teria ficado tão bem.

Assenti com a cabeça quando ela me perguntou se já vira as fotos. - Acho que apanhaste um dos meus melhores ângulos -  Comentei num tom surpreendido - Também vi outras fotografias. São muito boas.

Sorri, olhando para a minha camara - obrigada. Foi um hobbie que eu adquiri desde pequenina. Da.me a possibilidade de guardar memorias que um dia poderia esquecer - encostei.me ligeiramente a ele - o modelo tambem é e tu so tens bons angulos

Voltei a corar quando ele me perguntou aquilo, entretendo.me com a câmara que agora estava nas minhas mãos. - é difícil não reparar nos teus ângulos, não é preciso estar a observa.los assim tão atentamente - tentei soar como se aquilo não fosse algo de especial - mas já olhaste bem para esse maxilar ? - perguntei, segurando o seu queixo com a mão

Não, ela observara-me e observara-me atentamente. Nem era só as provas que o mostravam, era como ela reagia perto de mim. - Por acaso já. Está na minha cara há vinte e quatro anos - Na verdade, vinte e seis. Detalhes. Ri-me. Agradou-me que ela me tocasse assim, embora não achasse que ela própria estava consciente de que me estava a tocar e que estava muito próxima de mim.

-É tão definido - murmurei, acariciando a sua leve barba com o polegar, retirando a mão quando me apercebi do que tinha feito - quase que podes fazer cortes com ele - tentei fazer uma piada para aligeirar o meu embaraço - mas tu tens uns bons traços, era obvio que as fotos iam ficar boas

Tudo estava a correr como eu planeara. Melhor ainda, até. - Se quiseres fotografar-me outra vez basta perguntares. Já não me apanhas desprevenido - Comentei a meter-me com ela.

- eu gosto mais quando as pessoas sao apanhadas desprevenidas, as fotos ficam mais espontaneas-- expliquei, encolhendo os ombros. Era estranho a forma como ele falava comigo. - e agora seria estranho tirar.te fotos, fotos de desconhecidos e sempre mais facil de tirar

- O que é que queres apostar em como eu sou capaz de te apanhar desprevenido ? - perguntei com um sorriso desafiador - Oh, pois é. - olhei para as horas - Desculpa, acabaste por não estudar nada. - fiz uma careta - Eu acompanho.te à porta. - pousei a máquina na secretária e fui com ele até à entrada - Vejo.te amanhã em Química ? - perguntei, mordendo o lábio.

- Não sei. Pensa em algo e depois diz.me o que achas - sorri, inclinando.me para ele, dando.lhe um rápido beijo na bochecha - Até amanhã Kenneth - despedi.me, vendo.o ir até ao carro e partir da minha entrada. Assim que ele desapareceu na estrada peguei no telemóvel para ligar a Africa e resolver as coisas. Não gostava quando me chateava com ela.

Estava a ver toda uma nova Hope a desabrochar. Estava mais solta perto de mim. Já não era a rapariga calada que eu costumava observar. - Está bem, vou pensar nisso - Prometi. Dei-lhe um beijo rápido na face de volta, talvez demasiado próximo dos seus lábios. Saí de casa. Ainda olhei para trás e acenei. Ela ainda ali estava. Depois fui-me embora.

encerrado.

Assim que cheguei a casa, paguei ao taxista e subi para o meu quarto, deixando.me cair na cama. Vesti uma conta confortável e quente, deitando.me antes de começar a chorar novamente. Acabei por adormecer entre lágrimas, decidindo que o melhor seria tirar um dia de folga amanhã da faculdade para poder apanhar o estudo.

Gostava da forma de como ela parecia tão bem humorada. Da última vez que estivéramos numa cama juntos tinha corrido tudo de maneira oposta. - Se valeu... - Devia ter feito isto antes, muito antes. Ela agora ia estar rendida a mim de uma maneira que eu ainda não conseguira antes. Deixa de te enganar a ti próprio, como se estivesses em missão de momento. Mesmo estando por baixo, segurei-a pelas ancas e fi-la encaixar-se na melhor posição possível para que retomássemos o que há pouco tínhamos começado, mas teria de partir da iniciativa dela desta vez.

Sorri, descaindo a cabeça para trás quando ele nos encaixou novamente. Era como se fizesse um click quando ele entrava em mim. Olhei para as suas maos na minha anca e com as minhas, passei.as pelos seus braços até pousar as minhas maos no seu peito. Comecei a rodar a anca lentamente, distribuindo beijos pela sua cara e pescoço, deixando.o a "sofrer" um bocadinho.

EU merecia, não merecia? Merecia aqueles movimentos lentos dela que faziam os meus nervos ficar em franja, como que aprisionados numa jaula sem se poderem mexer - Vale a pena esperar - Repeti.

- Já não quero esperar mais, nunca mais quero esperar - beijei.o novamente e comecei a movimentar.me, deixando que ele achasse um ritmo entre nos. Naquela posição, ele entrava ainda mais dentro de mim, ainda mais se fosse possivel

Ela também já atingira o seu ponto de ruptura. Tinha de ter cuidado dali em diante pois dava para perceber que ela já não estava para ficar à mercê das minhas vontades apenas - agora ela também tinha as suas. Envolviam-me a mim. Uma casa. Nenhumas roupas.

Soltei um gemido abafado e pouco sonoro quando ela se começou a movimentar com mais ritmo. Ajustei-nos melhor de modo a entrar nela o mais profundo que podia. Fiquei a observá-la, a maneira como se movia, a expressão no seu olhar. Era uma nova Hope que eu nunca tinha visto. Uma Hope que me agradava e muito. - you're fucking gorgeous - matutei enquanto me sentia cada vez mais excitado com esta visão. 

Olhei para ele e sorri timidamente, por momentos pensei que o fosse dizer. Senti.o na ponta da minha língua mas contive.me, não o queria assustar - Kenneth... - abanei a cabeça e beijei.o com um sorriso de orelha a orelha. como é que eu tinha chegado a este ponto?