Mer & Heath's

Suspirei e deixei este assunto ir. Ele estava ansioso por casar, eu queria estender o noivado o máximo possível mas talvez não ganhasse desta vez. Já tinha a casa - ok - respondi-lhe - mas se não tivermos dinheiro dentro de um mes, vamos só ao registo civil e ao restaurante, nada de casamento no parque - avisei-o - aceito se aceitares este compromisso - cruzei os braços, olhando-o seriamente. Não nos ia colocar cheios de dividas só por um papel assinado. Nós já faziamos tudo o que um casal fazia. Viviamos juntos, partilhavamos contas. qual seria a diferença depois ?

Na verdade ainda não decidira o que fazer com o apartamento, embora fosse mais óbvio que devesse vender - É uma escolha que devemos fazer a dois, não? - Pois não tarda o que fosse meu seria dela também. - O que achas melhor?

- O apartamento é teu, eu não devia ter opinião sobre isso porque não é justo - expliquei. Por um lado se ele vendesse o apartamento teria dinheiro para juntar para o futuro, se alugasse nao seria tanto mas seria continuo - Se queres dinheiro rapido, vende. Se queres dinheiro continuo, aluga. No sitio que é podes fazer uma renda alta e o apartamento é bonito

- Eu quero que penses em ti e juntes esse dinheiro para o futuro - avisei-o, pousando a mao no seu peito - nao gosto de dizer estas coisas mas podes ter um acidente ou precisar de tirar uns dias ou ate para a tua reforma mas começa a juntar dinheiro, agora ja nao tens os fundos intermináveis dos teus pais - suspirei. Ainda teria de ir falar com eles para resolver esse assunto. Eu conseguiria que eles vissem razão 

Talvez ela não me estivesse a querer dar uma dica, mas ainda assim sentia-me confuso por ela querer que eu pensasse no meu futuro individual. Na minha cabeça só havia um único futuro dali apra a frente para nós os dois. - Eu também já não preciso de todos os luxos que tinha suportados pelos meus pais- queria que ela visse que podia mudar, que podia deixar de ser aquele rapaz mimado que ela conhera e que podia ter um estilo de vida mais ao encontro da simplicidade que ela sempre esoclhera para si.

- Não estou a dizer que precisas mas é diferente quando de um momento para o outro perdes tudo a que estavas habituado - ele podia pensar que era capaz de viver sem os fundos dos seus pais mas a pressa com que ele queria casar, o anel e o resto faziam-me pensar que ele não estava pronto para ter apenas um ordenado para as despesas - Quando chegarmos a casa falamos melhor sobre despesas e sobre o casamento porque vamos ter de ver melhor as coisas e orientar-nos

Eu precisava, talvez, de começar a perceber melhor a situação em que me encontrava e percebia que era isso que ela estava a tentar ajudar-me a fazer. - Contigo a meu lado eu sei que tudo é possivel - tentei desanuviar o ambiente, aproximando-me para a abraçar. Estávamos os dois claramente cansados daquela tarde a empacotar e talvez um pouquinho poeirentos. Pousei um beijo casto no seu rosto - Tem paciência para comigo -  pedi. 

Rodeei o seu pescoço com os braços, enterrando o rosto no seu pescoço - Toda a paciencia do mundo - prometi - Depois de toda a paciencia que tiveste comigo era impossivel perde-la contigo - olhei para ele e beijei-o nos labios - agora vamos para casa que ambos precisamos de um banho - disse com um sorriso no rosto enquanto fingia cheira-lo e tapava o nariz - eau de mason

- Obrigado -  murmurei geninamente agradecido. Sabia que ela tinha a maior paciência do mundo, sempre o tivera, mas desde há mais de dois anos que eu aprendera a não tomá-la por garantida. - eau de mason, a nova fragancia do momento -  ri-me e ajudei-a a encaixar a ultima caixa que faltava no carro. Logo de seguida regressamos a casa, agora sim, a minha casa também onde tivémos novamente que levar as caixas para dentro - desempacotamos numa outra vez? deviamos ter a noite livre, é uma raridade estarmos livre de turno ao mesmo tempo - o que era uma chatice mas esperava que quando nos casássemos fizessem melhor atenção a isto no hospital.

- Sim, podemos desempacotar noutro dia. Sinto-me exausta - disse, caindo sobre o sofá. Já há muito tempo que nao sentia o corpo tão cansado de um dia inteiro de trabalho - Vamos tomar banho e encomendamos uma pizza ? Não me apetece ir fazer comer - fiz beicinho, sabendo que ele não iria resistir. Era um pouco hipocrito da minha parte querer encomendar comer depois do que lhe tinha dito sobre dinheiro mas uma vez nao era sempre

- É como se lesses a minha mente. Esse plano aprece-me perfeito - concordei com a ideia e seguimos para o banho enquanto aguardávamos que a pizza chegasse. Por agora as caixas ficariam a um canto do hall de entrada. E quando o senhor das pizzas chegou e questionou «É esta a casa do Sr. Mason Dash? » eu não consegui conter um riso e disse que sim, deleitado. 

Depois de um banho quente bem merecido enquanto esperávamos pelo jantar, acabei por me sentar no sofá e ligar a televisão - Mace é a pizza ? - perguntei, aconchegando-me a uma manta. Estava tão cansada que era capaz de adormecer ali mesmo - Já tenho aqui tudo o que precisamos para comer - tinha trazido da cozinha uma cerveja para ele, sumo para mim e pratos para colocarmos a pizza

Regressei à sala com a grande caixa de pizza e coloquei-a em cima da mesinha de estar. Estávamos mesmo num dia de ronha, o que me aprecia bem apesar de ainda aquele ser o dia de celebração do nosso noivado - Isto sim, é vida - exclamei ao dar a primeira trinca na pizza ao mesmo tempo que a via, ainda ela toda mimosa saída do banho. Isto sim é a vida que quero.

A minha boca começou a encher-se de agua com o cheiro da pizza - casava ja contigo so por me trazeres essa pizza, estou cheia de fome - disse na brincadeira, pegando numa fatia extra grande. No ultimo mes tinha começado a comer mais e aos poucos, o meu corpo estava a voltar ao que era antes da gravidez - pizza e filmes ? Es um homem facil de agradar

- Felicidade a minha que já tenhas aceitado casar comigo, pizza envolvida ou não - ri- Pizza, filmes... e tu. És a peça essencial - declarei sem rodeios, floreando um sorriso nos meus lábios. Depois de darmos cabo de todas as fatias de pizza - eu mais do que ela - acabámos no sofá a ver um filme, ou a tentar, já que a sentia deslizar para o sono.

- Nem precisamos de sair de casa para ficares satisfeito, que rico marido fui eu arranjar - brinquei com ele. Ele acabou por comer maior parte da pizza enquanto eu me sentia a ficar cada vez mais mole a medida que relaxávamos. Aconcheguei-me a ele quando acabamos de comer e escolhemos um filme - Amanhã temos de falar com a nossa chefe para informarmos do casamento - avisei-o, começando a fechar os olhos lentamente enquanto olhava para a televisão - Vamos ter de pedir dias - murmurei

Aconcheguei-a bem a mim para a aquecer e para a pôr mais confortável caso adormecesse - Sabes que vão ficar contentissimos por nós lá no hospital - Se já tinham ficado só por sermos um casal. - Não deve ser problema arranjar uns dias de férias, mesmo com o nosso internato na loucura que está - já não nos faltava muito para o terminar. Depois era só passar o exame da ordem et voilá. 

- Eu ainda tenho algumas horas a repor por causa dos meses que faltei - bocejei, deixando-me relaxar. Lá no hospital toda a gente pensava que ele era o pai de Haven, ainda por cima por termos entrado numa relação depois da perda dela e eu não tinha negado nada. Agora iamos casar, fazia todo o sentido - Nao te metas a convidar toda a gente so porque estas todo entusiasmado com o casamento - disse na brincadeira - apesar de adorar o entusiasmo. 

Eu não conseguia parar de sorrir. Simplesmente não conseguia. E olhava para ela e pensava no quão sortudo era eu por dali a uns tempos ser seu marido - Já me estás a cortar a diversão toda... Mas sabes que toda a gente vai querer estar no nosso casamento. Adoram-nos - Ou pelo menos adorava-na a ela. Era impossvel nao o fazer.

- Dizes isso porque estás na obrigaçao de o fazer, és meu noivo - aconcheguei-me a ele, fechando os olhos - Nem toda a gente nos adora, é impossivel toda a gente gostar de nós - expliquei-lhe - e também não temos espaço para toda a gente... - disse já meia a dormir

- Sua tonta, claro que adoram. Sobretudo a ti que és a melhor do internato - Embora ela foss emuito humilde para o admitir, ou sequer se dar conta -  Estamos quase, tão perto de o terminar. Finalmente - estava farto de todas as avaliações e rotações e tudo mais. - Estou mesmo a ver que vais adormecer. Anda, vamos para a cama... Eu acabo o filme no telemovel.

- Está quase, para ti pelo menos. Eu posso ter de fazer mais uns meses - respondi-lhe ainda de olhos fechados - Não precisas, eu não estou a dormir. está naquela parte em que.. em que eles vão-se separar por causa de falta de comunicação - disse porque acontecia em todos os filmes rom com - bocejei - podes acabar o filme aqui - entrelacei os nossos dedos, aconchegando-me ao seu braço

Beijei a sua mão - Não sou nada - a verdade é que raramente viamos um filme de inicio ao fim de seguida, era como se o meu cerebro simplesmente decidisse apagar-se quando punhamos um filme e ficava ainda mais dificil manter-me acordada quando estava tão confortavel e quentinha. Acabei por adormecer profundamente nos seus braços, não vendo o filme

E pronto, ela adormecera e eu vira o filme até ao fim. Estava tão entusiasmado por este dia que ainda nao tinha sonho algum. Ainda no sofá pus-me no telemovel a pesuisar casamentos e preços. Engoli a seco pois era pior do que esperava. Se os meus pais pagassem seria na boa, podia ter sido o casamento mais extravagante de sempre mas assim... Ainda assim estava decidido a arranjar um maneira. - Amor... - SUsurrei ao sue ouvido, para a despertar levemente. Como ela nao acordava experimentei apenas tentar pegar nela ao colo e levá.la até ao quarto. Não fui bem sucedido.