Mer & Heath's

Suspirei e deixei este assunto ir. Ele estava ansioso por casar, eu queria estender o noivado o máximo possível mas talvez não ganhasse desta vez. Já tinha a casa - ok - respondi-lhe - mas se não tivermos dinheiro dentro de um mes, vamos só ao registo civil e ao restaurante, nada de casamento no parque - avisei-o - aceito se aceitares este compromisso - cruzei os braços, olhando-o seriamente. Não nos ia colocar cheios de dividas só por um papel assinado. Nós já faziamos tudo o que um casal fazia. Viviamos juntos, partilhavamos contas. qual seria a diferença depois ?

Nos dias mais emotivos, a minha mente gostava de me fazer sofrer com sonhos de Heath ou Haven, por vezes os dois. Como já estava habituada, poder ve-lo era como se finalmente conseguisse respirar fundo - Amor... - ouvi-o dizer, o que me fez sorrir. Tinha tantas saudades da sua voz, tinha saudades do seu sorriso, saudades dele. Tentei-me aproximar para o abraçar mas quanto mais tentava, mais longe ele estava.

- Não me deixes - pedi-lhe, tentando alcança-lo mais uma vez mas em vão. Senti o meu peito apertar - Fica comigo, por favor

Podia perceber pela forma de como o seu rosto outrora tranquilo se contorcia, tanto que receava que ela estivesse a ter um pesadelo. Acariciei o seu rosto enquanto a tentava acordar - Mer... Amor... Acorda - disse gentilmente.

- Fica, por favor... - voltei a pedir quando o ouvi chamar por mim mas não o conseguia alcançar, nunca mais o conseguira alcançar desde que soubera da sua morte - Não vás! - acordei sobressaltada com Mason a tentar acordar-me. Ainda com a mente enevoada, olhei em volta, sentindo os olhos cheios de lágrimas. Claro que ele não iria estar ali. Mason estava a olhar para mim com um olhar preocupado. Tinha adormecido durante o filme

Ela passou de um rosto tranquilo para efetiamente espearnear-se e a balbuciar coisas. Assustou-me sentir o seu corpo estremecer. Só podia ser um pesadelo - Mer! - chamei novamente até ela reagir abrindo os olhos que estavam marejados de lágrimas. Abracei-a imediatamente - Foi só um pesadelo. Já passou. Está tudo bem.

Fechei os olhos, encostando-me ao seu ombro. Não estava tudo bem. Não iria passar - Eu sei - disse de respiração trémula. Os pesadelos podiam amenizar mas iriam sempre voltar para me atormentar, para relembrar o que eu tinha feito - O filme já acabou ? - tentei desviar a conversa, limpando as lágrimas

Pouco a pouco a respiraçao dela parecia normalizar pelo que quebrei o abraço - Sim, já. Estava a chamar-te para ir para a cama quando me apercebi que estasva a ter um  pesadelo - expliquei. Levantei-me e estendi-lhe a mao, convidando-a a vir comigo até ao quarto.

Passei a mão pelo rosto para despertar um pouco - Já sabes que de vez em quando é dificil fugir aos pesadelos, por muito que tente - aceitei a sua mão e seguimos até ao quarto. Ele só não precisava de saber que os meus pesadelos eram com Heath, porque servia para Haven também. Quando cheguei ao quarto fui até a casa de banho para lavar a cara com água fria - Amanhã vais trabalhar a que horas ? - perguntei, abraçando o seu pescoço

- Eu só entro as 14 - fiz uma careta como se tivesse chateada mas na verdade dava bastante jeito. Aproveitaria esse tempo para tentar falar com os seus pais e faze-los ver que ele não ia mudar só porque ia casar comigo, continuava a ser o mesmo Mason de sempre - Não fiques a minha espera a noite, eu chego tarde - avisei-o

Além de não termos os turnos alinhados, ela costumava sempre trabalhar mais horas por ainda estar a compensar o tempo que estivera ausente - Ok. Mas fogo, espero mesmo que depois do casamento nos dêem horários mais semelhantes - disse, algo frustrado. Eram mais as vezes que não dormiamos juntos do que sim.

- Estou certa que eles vão ter isso em consideração depois do casamento mas por enquanto temos de nos aguentar. -  Aconcheguei-me ao seu peito, puxando-o para a cama - Mas estamos na reta final, mais um mês e és oficialmente enfermeiro. O meu marido enfermeiro - sorri-lhe - Eu deixo-te o jantar pronto para quando chegares a casa comeres

Já na cama, abracei-a e beijei o seu pescoço carinhosamente - Seremos os dois enfermeiros, vais ver - confiava que ela recuperaria o que tinha em atraso - Quando isso acontecer já teremos mais influencia sobre o nosso horário - Era o que queria mesmo resolver. - Obrigada amor. És a melhor - agradeci, já a ficar com a respiração mais leve e o sono a levar-me.

Uma vida a dois, plena e preenchida... Era isso que queria para nós e era com isso que sonhava a maioria das noites, como aconteceu naquela noite também. De manhã acordei cedo mas com o cuidado para não a acordar. Saí para o ginásio e de lá iria seguido para o hospital.

Apesar do meu bom humor graças ao noivado, o dia comecou a correr mal assim que cheguei ao hospital assim que uma emergência estalou e ey estava precisamente nas Urgencias onde não gostava nada de estar. Estava exausto pelo ritmo, tnato que nem seuqer consegui fazer uma pausa para ir roubar um beijo a Mer durante o seu turno.

Quando cheguei ao restaurante indicado, percebi que, mesmo tentando vestir-me o melhor possível, continuava a estar demasiado casual para o lugar que era e para o que os seus pais tinham vestido. Não podia esperar outra coisa vinda dos seus pais. Aproximei-me da mesa e cumprimentei-os, esperando que o seu pai fizesse sinal para me sentar, como era costume - Bom dia Sr. e Sra. Dash, peço imensa desculpa o atraso - desculpei-me, apesar de saber que estava mais do que a tempo - Agradeço imenso a vossa disposição em encontrarem-se comigo, sei que são pessoas bastante ocupados mas liguei-vos porque é importante. Precisava de falar convosco sobre o Mason - o seu pai cruzou a perna, fazendo sinal para que continuasse. Escondi a mão debaixo da mesa para esconder o anel que ele me tinha dado - O Mason contou-me sobre o vosso desentendimento.. e eu queria pedir que não o deserdassem ou que o deixassem sem nada. Eu sei que isto vai soar mal mas não é por causa do dinheiro, nem quero o dinheiro para mim, nada disso - disse rapidamente - Eu só quero ver o Mason feliz e estou disposta a tudo para o fazer. Pensei que pudessemos falar e chegar a um acordo, visto que o Sr. Dash é um sr. de negócios

- Se estás disposta a fazer tudo, também estás disposta a deixá-lo. Sei que és uma boa rapariga America mas não és a rapariga para o Manish e estares aqui, em vez dele só o prova. O nosso filho fez a escolha dele naquele dia, está feita. A sua mãe está destroçada por não poder fazer o casamento que sempre sonhou para o seu único filho, já eu, não posso dizer que estou surpreendido. Não seria a primeira vez que o Manish seria uma desilusão - interrompi-o rapidamente, surpresa por ele pensar que o Mase era apenas uma desilusão

- O Mason é o melhor homem que eu conheço. Ele fez mais por mim nos últimos meses do que alguém fez por mim a minha vida toda - disse num tom defensivo - Ele não é desilusão nenhuma e se não o aceitam por quem ele é, só rezo para que não se venham a arrepender futuramente. Sra. Dash ainda podia ter o casamento que queria dar a Mason. Eu assino um acordo pré nupcial a renunciar qualquer tipo de dinheiro, eu faço um contrato convosco mas não perca o seu filho só porque eu não sou indiana. Eu nao me importaria, só vos queria na vida do vosso filho, perder um filho e incrivelmente dificil - sabia que dirigir a palavra diretamente a Sra. Dash tinha sido um risco. Vi o seu pai endireitar as costas e num tom sério exigiu que saisse. Peguei nas minhas coisas, desiludida com o resultado daquela conversa - - Peço imensa desculpa por ter ocupado o vosso tempo. Sabe onde nos encontrar caso mude de ideias - disse, olhando para a sua mãe. Sai do restaurante sem comer nada, direta para o hospital. Ainda tinha esperanças que Mason me viesse procurar para poder dizer o que tinha acontecido mas ele nunca apareceu e o meu turno era longo e aborrecido. Depois de ter ficado a pensar na conversa que tinha tido com os seus pais e como o resultado tinha sido o oposto do que esperara, não iria contar a Mason para ele não ficar ainda mais desiludido.

Depois do que pareceu dias a trabalhar e de corpo dorido, fui finalmente para casa a meio da noite onde me iria aconchegar ao meu noivo. O melhor noivo que podia alguma vez desejar dadas as circunstâncias

Estava estoirado, mas sabia que o turno de Mer não terminaria até dali a uma shoras pelo que ir para uma casa vazia não me era apelativo. Assim, encontrei-me num antigo bar onde costumava encontrar-me com malta da elite, isto é, amigos de familia. Só me cruzei com um mas que depressa me mal encarou. "Soube que largaste as tetas da mamã, Dash. Estava para chegar o dia, não é? Boa sorte com o teu salariozinho de enfermeiro quanto o resto de nós estivermos a receber num mês o que tu recebes num ano"  e riu-se na minha cara enquanto se afastava - Cabrão de merda - vociferei. Sempre soubera que o dinheiro e o estatuto eram algo improtante na minha vida mas nao antecipara que ao descartar-me disto apra estar com Mer me fazia um outcast mesmo entre os amigos que acreidtara ter  aminha vida toda. Mer sempre em avisara no secundário que eles eram assim mas eu nao tinha verdadeiramente acreditado até hoje.

Regeressei a casa ainda mais abatido depois de um dia nas Urgências e de tanto caos junto. Olhei para a moradia antes de entrar. O meu único objetivo era fazer America feliz e jurei ali mesmo que o faria. Ela adorava aquela casa, ela gostava do nosso trabalho, e ela amava-me mesmo depois de tudo o que acontecera nos ultimos dois anos. - Isto é suficiente - Disse para mim mesmo. - É um ajuste grande mas tu consegues, Mason Dash. - repeti como um mantra a mim mesmo. Subi às escuras até ao quarto e entrei na cama vazia e ainda por aquecer. Estava já a dormitar quando Mer chegou e entrou nela, aconchegando-se de imediato a mim, o que não era algo que ela fizesse sempre. Abracei-a bem e beijei ao de leve a nuca do seu pescoço. 

Mason era o homem mais paciente e mais querido que conhecia. Depois de semanas sem termos quaisquer ofertas na sua casa, apareceu um comprador ao que ele aceitou logo apesar de ter pedido para esperarmos porque poderia aparecer alguém melhor mas não, ele queria casar ontem e nada o faria mudar de ideias. Estavamos os dois em casa de folga quando me virei para ele e, para evitar que ele gastasse o seu dinheiro num casamento onde seriam poucas pessoas disse - Casa comigo hoje. Não precisamos de um grande casamento quando a única pessoa que me interessa ter lá és tu. Vamos até ao tribunal e fazemos isso agora - queria casar com um vestido num jardim cheio de flores mas isso poderia ser feito noutra altura da vida - O que achas ? estamos noivos a uns meses, podemos esperar até para o ano para conseguirmos juntar dinheiro e fazer um casamento com o vestido e o local ou podemos ir hoje a conservatoria e fazer de mim America Singer Dash

Era apenas mais uma sexta-feira, embora desta vez com a benesse de estarmos os dois de folga, o que raramente acontecia. Tinha planeado levá-la a almoçar fora e depois a ver algumas coisas para o casamento agora que tinhamos o dinheiro da venda do meu loft para isso. Mas então ela saiu-se com aquilo, apanhando-me completamente desprevenido. - Casar? Hoje? - Disse ainda sem compreender se a tinha ouvido bem. - America... - Parte do meu coração começou a bater mais rápido com a possibilidade, e a outra desanima-se porque sabia que não seria o casamento dos seus sonhos - Mas eu prometi-te um casamento bonito, num jardim, cheio de flores, entre amigos. Eu quero dar-te isso - disse, esperançoso mas ao mesmo tempo, tendo vivido pela primeira vez na minha vida sem a mesada dos meus pais, apercebera-me do quanto as coisas realmente custavam. - Ao mesmo tempo quero muito que sejas a Mrs. America Singer Dash, já - Nem sabia o que pensar. Sabia apenas que todos os minutos com ela eram uma benção que até há uns meses eu não achei que teria. Todos os dias receava que ao acordar este sonho terminaria.

- Sim, hoje. Porque adiar ? Podemos fazer isso depois. O casamento nao interessa, o que interessa somos nos - sorri - Podemos guardar o dinheiro do loft para o futuro e começamos a juntar dinheiro para o casamento. Daqui a um ano ou dois logo fazemos o casamento grande no jardim - fui ate ele e abracei-o - o que me dizes ? - comecei a dar-lhe beijinhos, sabendo que ele nao ia resistir - Mase casa comigo hoje

- Porquê adiar? - Imitei a sua pergunta, como se esta fosse das mais simples do mundo. E se calhar era, não era? O que nos fazia adiar era a tradição de ter tudo certinho, com todas as pessoas, como ditava a sociedade. Mas a nossa relação não era convencional, nunca fora, e talvez não tivesse que começar a ser agora. Eu sabia apenas que queria ser seu marido e começar uma familía com ela. Só isso valeria a pena de ter sido ostracizado pela minha familia e por quase todos os amigos que achava que tivera. - Quando me pedes assim eu não te posso resistir - disse já com um grande sorriso e ao invés de a assaltar com beijinhos como ela me fizera a mim, roubei-lhe um belo de um beijo .- Vamos casar-nos! - Não conseguia conter o entusiasmo agora. Saltei do sofá - Mas temos coisas a tratar! Não prescindo de arranjarmos alianças. E tenho que ir passar o meu fato a ferro. Tu tens algo que queiras usar? Também podemos ir encontrar algo - Agora estava com um nivel de energia tal que pareica um miudo a quem iam dar um rebuçado.

Comecei-me a rir quando ele começou a ficar todo entusiasmado - Uma coisa de cada vez. Vamos pegar o teu fato e eu tenho um vestido que é bom para nos casarmos. Lembras-te do vestido do prom ? Ele é branco com flores, é perfeito - sorri e fomos procurar o seu fato - nao estragues a camisa - avisei-o quando me fui vestir e maquilhar - nao podes vir ver-me até estar despachada - gritei do andar de cima

Foi ela quem conseguiu manter a calma no meio de todo o meu entusiasmo. De certa maneira casarmos-nos daquela forma fazia o nosso sentido. O arranjarmos-nos em casa, os dois, sem pressas, ajudando um ao outro. O ir comentando aos poucos como seria aquele dia e o que haveria a fazer. Não soava de todo como uma tarefa caseira, mas ao mesmo tempo era o nosso ritmo, a nossa forma de ser enquanto casal. Sorri ao pensar nisso. - Está bem! Mas não demores muito por favor, estou ansioso por te ver! - Gritei, já todo aperaltado no andar de baixo, andando de um lado para o outro na sala de estar. Lembrava-me do nosso baile como de fosse ontem e do quão linda ela estava, simples mas contrastando com todas as outras raparigas do colégio que usavam vestidos de gala de milahres de euros. Na altura eu não soubera reconhecer isso. 

No entanto, aproveitei aquelees minutos que tinha para fazer algo que não fazia desde do nosso noivado: liguei à minha mãe. Nem sabia se ela me atenderia mas ela atendeu logo sme me dar tempo de pensar no que lhe diria - Amma - disse, usando o carinhoso termo indiano para mãe que raramente usava - Vou casar-me hoje com a America. Daqui a pouco vamos à Conservatória. Amma, sabe o quanto eu amo a America e o quão boa ela é para mim, independentemente da etnia. Este é o dia mais feliz da minha vida. Significaria muito para mim se pudessem mudar de ideias e estar lá como nossas testemunhas - Sem resposta, simplesmente ouvi-a começar a chorar e então surgiu uma voz masculina. Claro que o meu pai estava a ouvir as chamadas da minha mãe em alta voz. Direta e friamente, reiterou que era um erro que faria e que me cortaria da familia para sempre. Desliguei de imediato e por momentos não consegui respirar. Mas depois tentei ao máximo desligar.-me daquela chamada, fingir que não acontecera. Já estava resignado a ser um deserdado, pior que um bastardo para a minha familia. Mas isto não interessa porque no fim do dia a tua familía é a America e no fim deste dia seremos marido e mulher, relembrei-me enquanto esperava, o emu entusiaasmo regressado apesar de gaurdar a mágoa no meu coraçao.

Tirei o vestido do saco que guardara estes anos todos e sorri ao ve-lo. Lembro-me de na algura ter trabalhado horas afim para poder juntar dinheiro para o comprar e mesmo assim nao se comparara com os outros vestidos. O meu era simples e de uma loja enquanto o das iutras raparigas eram unicos, brilhantes e provavelmente de designers famosos mas Mason tinha dançado comigo a noite toda. Encaracolei o cabelo e fiz uma maquilhagem simples, olhei-me ao espelho e sorri. Sê feliz, pensei. Eu já o merecia - Estou pronta - gritei e pus um pouco de perfume e o meu fio da Haven e desci - Pronta para ser tu mulher - disse-lhe, sorrindo de orelha a orelha