Mer & Heath's

As minhas mãos tremiam e o papel abanava. Queria que as palavras fizessem sentido mas não. Ali estava a minha identidade mas - Eles pensam que eu morri. Há dois anos no Afeganistão - Não fazia sentido nenhum. Passei o papel a America para que ela visse - Heath Prescott. 

- Obrigada por dizeres essas coisas -  Agradeci genuinamente. America fazia-me sentir melhor e saber que ela tinha adiado um turno (que eu sabia ser algo que ela não gostava de fazer) dizia muito - Tens a certeza? Podes viajar? Custa-me pedir-te que atrapalhes o estágio e os estudos por isto -  Por mim. Ao mesmo tempo era egoísta e sabia que não queria fazer isto sem ela ao meu lado.

Não disse mais nada porque também não a queria dissuadir da ideia. Ainda levámos uma meia hora a sair de casa: entre trocar de roupa, reunir documentos, ver onde era a Embaixada. Fomos primeiro aos Serviços Estatais fazer o pedido de passaporte de Mer o que ainda levou algum tempo. Depois chegou a hora de seguir para a Embaixada dos EUA. Era um edifício colossal e fortemente armado. Para entrar era-nos pedida a indentidade e depois uma razão válida para entrar já que não tínhamos hora marcada com ninguém - Ela vem pedir um visto de visita e eu...-  Como explicar? Decidi mostrar-lhe a cópia do email. O segurança ficou também ele atordoado e chamou o responsável que felizmente já soubera do meu caso e deixou-nos passar encaminhando logo para um sitio específico que, pelo que eu podia perceber, não fazia parte do atendimento ao público normal.

Apertei a sua mão e foquei-me nisso como se ela fosse a minha âncora, aquela que me afastava dos nerfos e das dúvidas que sentia. O chefe de segurança deixou-nos numa sala de espera sumptuosa e deixou-nos a sós pedindo que aguardassemos. - Quem é que achas que nos vai receber? -  Descobrimos 15 minutos depois quando um oficial de alta patente que se apresentou como Captain Williams nos guiou para uma sala mais privada. 
- Vou direto ao assunto, First Liutenent, e pedir-lhe as mais profundas desculpas em nome do Departmento de Defesa. Assim que soubemos do caso iniciámos imediatamente uma investigação para apurar o que aconteceu depois de, há dois anos no seguimento de um ataque surpresa ter sido dado como M.I.A em Cabul - Tudo aquilo eram coisas que me ultrapassavam - De certo quer saber o que acontece a partir daqui. Não é todos os dias que temos um caso como o seu, mas é uma excelente notícia  saber que poderá regressar à nossa Nação que serviu corajosamente. 

Captain Williams, apesar do seu palavreado, davapara perceber que não estava confortável com a situação e sobretudo não estava agradado com a presença de Mer - Ainda estamos no processo de contactar os parentes vivos do First Liut. Prescott.  -  Respondeu ele desconfortavelmente - Mas prevejo que no fim da semana. Entretanto estamos ao corrente da situação da sua amnésia e da falta de rendimentos próprios - senti-me um pouco envergonhado. - Serviu bem a sua pátria, First Liutenent. Será recompensado por isso e pelo erro que lefou a ter passado os últimos dois anos neste país - O que queria ele dizer? Vendo a minha duvida esclareceu - No fim da semana furtaremos um voo das Forças Armadas até Nova Iorque.  Esperamos tê-lo a bordo.
- E a minha namorada, Captain Williams? A America tem de vir também - Ele quase pareceu divertido quando percebeu o nome de Mer mas não estava nada satisfeito com o pedido.
- É contra o protocolo. São raras as excepções de ter civis a bordo.

- Não Mer, não. Ou vamos juntos neste voo ou vamos juntos noutro -  Não ia nem podia ceder naquilo. Só tinha de convencer o Captain Williams do mesmo - Captain, é possivel abrir a excepção? O que é um pedido destes para vocês? Nada de especial. - Já estava a arriscar ao dizer aquilo. 
O militar ficou silencioso e nada disse - Ponderaremos o pedido. Apenas por causa do seu ranking e da situação extraordinária. Agora, Miss Singer, vou ter de lhe pedir que saia. Espero que compreenda que há certas coisas que tenho de discutir com o First Liutenent Prescott - Ele focou muito o meu ranking dando a entender que a conversa seria antes um interrogatório sobre a minha carreira militar.

Entendia que ela tivesse de sair mas não significava que gostasse, sobretudo não com o tom com que ele pedira. Mas alinhei porque tudo isto era necessário para seguir com a tua vida. Dois outros militares juntaram-se a nós e interrogaram-me durante quase duas horas wobre tudo e sobre nada, sobre o meu passado antes do acidenre e sobre a minha vida desde que acordara. Escrutinaram tudo e deidaram-me com uma valente dor de cabeça inusitada porque eu não tinha muito para dizer. Mas, pelo contrário,  fiquei a saber algumas coisas do meu passado. Seguira as pisadas do meu pai, fora cadete em West Point e dali tinha seguido diretamente para a recruta, tendo servido em três missões desde os meus 18 anos até aos 21, altura em que fora dado como morte depois de um ataque mortal para a minha equipa toda. Já quase no fim daquilo tudo, precisamente quando estava quase a levantar-me, entrou um jovem militar com uma nota - First Liutenent, confirmamos que a sua mãe está ao corrente da situação. Estará à sua espera na base área para o receber. Novamente reafirmo que vamos tratar de si, First Liutenent. Não voltaremos a deixá-lo para trás - Com isto já ele estava muito sério. O meu status militar concedia-me esse respeito. Quis perguntar se podia entrar em contacto com a minha mãe mas não tivetive coragem. Antes de sair assinei um acordo de não divulgação, colocando em segredo de estado tudo o que fora falado nas últimas 2 horas. Saí desejoso de falar com Mer.

Era tudo muit nervoso naquele sitio e eu partilhava a mesma vontade de Mer de sair daquele sitio. Não queria falar com ela ali também. - Queres ir almoçar fora? - Perguntei quando finalmente saímos do complexo que era a Embaixada.