Quarto

Suspirei um pouco frustrado - Na verdade, tenho. - Não me queria explicar mas ia fazê-lo - Eu dei-lhe trela algumas vezes mas agora percebo que o fiz porque, uhhh ... queria que tu reagisses. Mas já parei de o fazer. 

Nao contive o riso porque aquilo era hilariante. Eu nao ia fazer frente a Africa, preferia estar no seu lado bom - a unica coisa que poderias eventualmente fazer era com que me afastasse de ti porque nao me ia meter entre voces os dois. E agora entendo porque razao gostou ela tanto do teu beijo - nao me importava nada com o hint de tabaco que a sua boca tinha misturado com a menta - e nao, nao tens de dar explicações.. eu tambem nao tas dou, se bem que eu so quero e o christian longe se mim

Talvez não tivesse sido a melhor jogada mas parecera surtir alguns resultados pois eu sabia que ela tivera ciúmes de Africa. - Esse paspalho ainda te chateia? -Outro do qual teria de me livrar.

Era tanta gente a atrapalhar o meu trabalho, meu deus. - Ciúmes? - Repeti num tom que o fazia soar absurdo. - Não, claro que não - Mas sorri, desmentindo.

Terminei de beber o meu café para evitar responder àquele assunto mas não dava - Não sei se te lembras exatamente do que eu te disse ontem. Quero quero que me dês uma segunda chance. Se tivéssemos prosseguido ontem, já a teria arruinado. Ias-te arrepender de o ter feito. Não estavas sóbria. 

- Eu sei disso tudo, Hope, e acredita que também estava com vontades de fazê-lo mas não daquela maneira - teria de arranjar novas formas de me explicar - Tu estavas zangada comigo. Se não estivesses mais alegre a noite teria sido igual?

- espero bem que nao - disse contra os seis labios, levando a mao ao seu pescoco para aprofundar o beijo. A sua boca sabia a cafe e nao podia ser mais delicioso - aproveitador - empurrei.o, deitando entao a cabeca no seu colo - como e que vou aparecer amanha na faculdade ?

O desejo que ela tinha por mim era tão claro. - Como de todas as outras vezes. O que interessa o que os outros pensam? Se quiseres que vamos juntos, até prefiro.

- nao e muito pelos outros, e por ter de enfrentar a fera. Ja sei que vai ser muito mau e nao me apetecia fazer espetáculo logo de manha - suspirei, arqueando a sobrancelha - tu queres ir comigo para a faculdade ? Juntos ?

Ela fazia parecer como se Africa fosse terrível, quando na verdade não passava de uma mosquita morta. - I got your back. - Pisquei-lhe o olho - Sim, qual é o problema? Ou é isso ou esperar por ti lá.

 Ele pensava que eu tava a dizer aquilo na brincadeira mas Africa quando se queria vingar era do pior e eu ja a tinha visto arruinar uma rapariga por um simples vestido - acredita que se a Africa tiver chateada comigo e se quiser vingar, vai ser muito mau e tu nao vais conseguir impedi.la por muito que sejas... tu - sorri.lhe - ja que insistes tanto podemos ir juntos, ate te deixo conduzir

Ele sabia muito bem como me apanhar. Eu gostava de conduzir mas ele adorava o carro, era um carro mais desportivo e alem do mais ele recusava.se a andar a pendura - se eu nao te der a chave, nao poses conduzir. Alias se eu te vier buscar a casa, terias de ir no lugar do pendura e ai como era ?

- se fosse um carro todo feminino aposto que ja nao o querias conduzir - pisquei.lhe o olho, imitando.o. Ele nao tinha feito a barba e esta comecava a crescer ligeiramente. Passei a mao no seu queixo, arranhando a minha pele macia - imaginas.te num mini cooper cor de rosa com hello kitty's ?

- nao sejas exagerado, nao es assim tao alto para nao caberes num carro feminino - ri.me, imaginando.o num carro de palhaco, estilo caixa de sapatos. Ouvi o meu telemovel tocar e franzi o nariz porque nao estava a espera da chamada de ninguem. Estiquei.me para apanhar a mala que tava no chao e tirei de la o telemovel, vendo que era o meu pai - pai ? Estas bem ? Aconteceu alguma coisa ? - perguntei num tom preocupado pois ele nao costumava ligar.me para o telemovel, normalmente as nossas eram pelo skype e ele tava no facetime. Inclinei o telemovel para o Kenneth nao ser visivel e sorri - tinha saudades tuas..

- minha pequena flor, eu liguei para casa e tu nao atendeste e depois vi que nao tinhas ido a casa ontem e tinha de saber se tu estavas bem - arregalei os olhos, passando a mao nos olhos

- eu tive com a Africa e fiquei na casa dela, sabes como nos somos com as nossas conversas, podem durar horas - desculpei, revirando os olhos. - mas como é que sabes que eu nao fui a casa ? andaste a ver outra vez os registos de entrada ? - perguntei, começando a ficar chateada. - tu é que foste embora. eu estou bem, ninguem anda atras de mim como tu pensas - ouvi o seu suspiro, causando um a mim mesma

- minha Hope, filha.. tu és preciosa para mim. eu não te posso perder, já perdi a tua mãe e o mais seguro é eu agora estar afastado mas apesar de estar longe.. - baixei os olhos, conhecendo aquela conversa. peguei no meu colar e mostrei.lho

- eu sei, mas estás sempre perto - sorri, sentindo.me triste e nostalgica. tinha saudades quando estavamos juntos, tinha saudades dele e dos nossos momentos. sorri para ele, baixando os braços que começavam a ficar cansados

- eu agora tenho de ir mas eu prometo que vou ligar mais vezes - mandou.me um beijo pelo telemovel, arqueando a sobrancelha - Hope Giselle Irwin quem é esse que está ai contigo ? - perguntou e eu olhei para Kenneth

Observei como ela despachou a chamada assim que o pai dela reparou em mim. Melhor assim porque eu não precisava de mais alguém a tentar descobrir a minha identidade e missão. - Uma das estátua estranhas da Arica, hein?